terça-feira, 28 de outubro de 2008

Zumbi somos nós - e morremos por isso

Imagine que você é um dentista recém-formado e de classe média, que se despede de sua noiva e volta para casa caminhando por uma movimentada rua de São Paulo. De repente, você ouve um barulho, sente dores e apaga. Você foi assassinado pela polícia, que o confundiu com um ladrão. Por quê? Porque além de dentista de classe média e noivo,você também era negro.

Essa é a história que serve de mote para o coletivo "Frente 3 de fevereiro" falar sobre o racismo, evidenciado pela expressão "elemento suspeito cor padrão" utilizada pela polícia. No dia 18 de novembro, às 16h, você terá a oportunidade de ver o filme "Zumbi somos nós", que investiga as raízes do preconceito racial e conclui que a polícia, no Brasil, sempre existiu para proteger as elites, e não o cidadão. A herança escravocrata influencia a disseminação do medo e estimula a manutanção de políticas de controle social, assim como era feito no tempo em que a grande massa de escravos tinha que ser controlada pelos brancos.

A "Frente 3 de fevereiro" faz, portanto, por meio da arte do cinema, uma análise da realidade atual levando em consideração a história. E consegue, com isso, formular teses que expliquem o racismo. Exatamente o que a Semana de Consciência Negra propõe que a sociedade faça: pensar o negro por meio das artes para acabar com preconceito.

É por isso que vamos oferecer esse filme ao nosso público e convidamos seus realizadores para participar de um bate-papo depois de sua exibição. O coletivo "Frente 3 de fevereiro" é um grupo de pesquisa e ação direta acerca do racismo no Brasil. Estão entre suas realizações, além do filme, um livro, várias pesquisas, participações em centros educacionais e em programas de valorização da cultura em geral. Para conhecer mais sobre o coletivo, visite seu site: http://www.frente3defevereiro.com.br/. Nele é possível encontrar projetos interessantes. Por exemplo: você já parou para pensar porque chamamos o cabelo do negro de "ruim"? Assista o vídeo "O que o cabelo fez para ser chamado de ruim?" no site da "Frente".

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