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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

1º dia - Samuel: da feira do MASP às exposições americanas

Fotos: Mari Azoli

No primeiro dia da Semana de Consciência Negra, tivemos a exibição do filme "Bale de pé no chão", Lilian Solá e Marianna Monteiro, na sede do Núcleo de Consciência Negra. O NCN contou com os aparelhos da Brazucah Produções para fazer a exibição no telão.

Em seguida, os convidados seguiram para a mesa de discussão do dia, "O negro nas Artes Plásticas". Para participar da mesa foram convidados a professora da FFLCH-USP Lilia Schwarcz e o artista plástico Samuel Santiago.

Samuel contou um pouco sobre sua carreira profissional e de como chegou a vender suas obras na feira que acontece no vão do MASP (ele explicou que os feirantes de arte também são registrados pela Prefeitura no SEMAB - Secretaria Municipal de Abastecimento - junto com feirantes que abastecem a cidade com alimentos!). Depois foi para os EUA a convite de uma cliente e descobriu o que era ter seu trabalho respeitado. "Na feira, o que eu vendia eram lembrancinhas para turistas. No exterior, dão valor para sua história; vendi seis peças no primeiro dia de exposição", comenta. "Só depois de ser reconhecido lá fora é que você é considerado artista aqui".

Sobre sua arte, Samuel afirmou ser um artista vocacionado (e que pretende ajudar outros como ele com uma ONG) e que, a partir do momento que se cria algo, o artista passa a ser uma espécie de divindade. "Mas, se um artista só fizer arte com o objetivo de ganhar dinheiro, a fonte da criação seca", ressalva. Samuel nunca esteve na África; seu trabalho inspirado na cultura africana surge a partir da idealização.

A respeito da temática do negro, o artista afirmou que a escravidão faz parte de nossas relações sociais e que, em uma sociedade racista, não existe lugar para o artista. Para ele, a representação cultural não abarca o negro e vestir a camisa de "artista negro" muitas vezes significa vestir uma camisa de força, porque toda sua arte é voltada para uma luta social. Em relação à etiqueta "arte negra", Samuel acredita que seja necessário usá-la para delimitar a sua problemática, mas que ela é uma arte universal, que usa de outras fontes e é usada por muitas outras artes também.

Samuel afirma que gostaria de, um dia, não mais precisar falar de consciência negra. "Por que temos que nos reafirmar a todo momento? Somos negros, somos humanos como todos os outros. Os negros são guardiões dos signos, nossa cultura serve de base para qualquer movimento de vanguarda: Dalí, Picasso, todos eles bebem de nossa fonte". No entanto, neste momento, Samuel acredita que ainda seja necessária uma organização dos negros, para que eles deixem de ser "invisíveis" na cultura brasileira.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O Núcleo e a consciência negra na mídia

Além de organizar a Semana da Consciência Negra na USP, o NCN têm participado de outros importantes eventos e discussões sobre o tema e sobre a própria Semana neste mês de novembro.

Na manhã desta quinta-feira, o diretor de projetos do núcleo, Léo Rodarte, deu uma entrevista para o programa Via Sampa, da rádio USP, que se propõe a trazer uma agenda completa com o melhor da programação cultural da cidade. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 12h às 13h, na USP FM 93,7 MHz.

Durante a tarde, das 13h às 14h, foi gravado o programa Café Filosófico com o tema "A Consciência Negra e a Consciência da Alteridade" e a participação da professora voluntária do cursinho Adriana Rodrigues Novais, representando o Núcleo. Além dela, foram convidados também Isis Aparecida Conceição, mestranda em direito pela USP e voluntária da EDUCAFRO e Rodrigo de Oliveira Antonio, jornalista especializado em literatura africana.

O Café Filosófico, projeto organizado pelo professor de filosofia Francisco José Nunes, da faculdade Cásper Líbero, é palco de diversas reflexões acerca de questões que envolvem o comportamento do indivíduo frente às mudanças no mundo contemporâneo, como o amor, o sexo, os excessos e as maneiras de criar e recriar vínculos. Os temas são abordados, por meio de palestras, por alguns dos mais importantes estudiosos brasileiros do comportamento e das relações humanas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A Grande Estréia

Sejam bem-vindos ao blog do Núcleo de Consciência Negra na USP. Durante o próximo mês, você vai acompanhar, diariamente, toda a preparação da Semana de Consciência Negra, que este ano tem como tema "O Negro por meio das Artes". Nos dias 17, 18 e 19 de novembro de 2008, das 16h às 22h, na sede do Núcleo e nas dependências da FEA-USP, todos os interessados poderão assistir a curtas-metragens, mesas de discussão e apresentações artísticas.

O blog trará as novidades dos convidados da Semana, detalhes da programação dos 3 dias do evento, o trabalho do Núcleo e o resultado de tudo isso. Para começar, conheça um pouco do Núcleo.


O Núcleo de Consciência Negra na USP (NCN-USP) é uma instituição sem fins lucrativos que, desde 1987, ocupa um papel de destaque na discussão sobre a desigualdade social. No final da década de 1980, por exemplo, já discutíamos a respeito de cotas para populações marginalizadas do Ensino Superior brasileiro.

Para ajudar a mudar esse quadro de exclusão, o Núcleo criou, em 1994, o primeiro curso pré-vestibular popular do estado de São Paulo. O cursinho existe até hoje, formando alunos que se destacam não só no meio acadêmico, mas também em ONGs e, claro, nas artes.

Amanhã, mais detalhes sobre o tema da Semana. Confiram!